terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estado e Município preocupados com novos sintomas

Em encontro realizado ontem na Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), um número chamou a atenção dos presentes. De acordo com estudo preliminar feito por médico do Hospital São José a partir de casos de dengue assinalados nos últimos anos, 12% das infecções pelo mosquito Aedes aegypti apresentaram quadro de sintomas fora dos comumente previstos. Durante reunião com diretores de hospitais de Fortaleza, a qual compareceu o secretário de Saúde de Fortaleza, Alex Mont’Alverne, alguns desses “sintomas atípicos” foram relacionados. Entre eles, problemas respiratórios, adinamia (falta de disposição), irritabilidade e coma, que, a rigor, extrapolam o quadro característico da dengue clássica.
Segundo o médico Manoel Fonsêca, coordenador de Promoção e Prevenção à Saúde da Sesa, o índice não é oficial, mas aponta para algo intrigante. Afinal, definir o espectro sintomatológico da doença torna-se ainda mais difícil. “É amplo (o quadro), sim. É preocupante a situação”, admitiu Fonsêca. “É mais um alerta. Criança com febre, adinamia, irritabilidade, que tem algo que pareça uma virose qualquer, deve ser levada imediatamente ao hospital”, aconselhou o médico.
O índice de 12% foi citado por Mont’Alverne durante lançamento da campanha de combate à dengue da Prefeitura de Fortaleza. Nesses casos, os infectados exibiram sintomas distintos dos habituais, que são febre alta, dores retro-orbitais (atrás dos olhos) e náusea. Essa divergência sintomática está sendo discutida por especialistas e integrantes das pastas de saúde municipal e estadual. A intenção é tornar o diagnóstico de dengue mais preciso.
No lançamento da campanha de combate à dengue, que contou com a participação da prefeita Luizianne Lins, foram apresentados dados recentes da doença. Segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o mês de janeiro de 2011 só não fechou com números mais expressivos do que o mesmo mês de 2008, que assinalou 864. Há três anos, Fortaleza era acometida por 33.845 casos de dengue. Do total de 599 registrados até agora, 30 deram-se em fevereiro.
A Prefeitura também anunciou aumento de três vezes o número de agentes sanitaristas e comunitários. Agora, o contingente que vai às ruas para pelejar contra o mosquitinho é de 3.700 pessoas. “Também estamos expandindo o plantão noturno dos postos de saúde. Se houver necessidade, vamos contratar também”, garantiu Mont’Alverne. O novo número de unidades que passarão a funcionar no período da noite não foi informado pela SMS. A rede de saúde de Fortaleza tem 93 postos de saúde.
Luizianne Lins apontou o adensamento populacional de Fortaleza, que cresceu muito nos últimos anos, como fator que colabora para proliferação da doença.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...