quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estudantes da USP entram em greve após reintegração e prisões


Em uma assembleia com cerca de 2.000 pessoas, os estudantes da USP decidiram nesta terça-feira por uma greve geral, após a prisão de 72 pessoas na manhã de hoje. Os estudantes querem a saída da Polícia Militar do campus, na zona oeste de São Paulo.

Os grevistas reinvindicam a saída do reitor João Grandino Rodas, a saída da Polícia Militar do campus, a implementação de um programa paralelo de segurança, a libertação dos presos e a não punição dos que participaram da invasão do prédio da reitoria da universidade.
"A greve é expressão do sentimento dos estudantes depois da entrada da Tropa de Choque na USP", afirma João Victor Pavesi, 25, aluno de geografia e diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Nesta terça-feira, 72 pessoas foram presas durante a reintegração de posse da reitoria. Segundo o delegado Dejair Rodrigues da Seccional de São Paulo, outros três alunos foram levados e liberados em seguida porque não estavam envolvidas na invasão do prédio da universidade, ocorrida na madrugada do dia 2 de novembro.
Inicialmente a PM informou que 70 alunos estavam detidos. Por volta das 20h, a polícia reviu o número e informou que entre os 72 há quatro funcionários da USP e um aluno da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
FIANÇA
Os alunos pagaram a fiança de R$ 545 cada um, e devem ser liberados ainda hoje, de acordo com o advogado Felipe Gomes Vasconcelos, que defende os estudantes.
De acordo com Vasconcelos, o valor total, de R$ 39.240 foi arrecadado com sindicatos, entidades e movimentos sociais. Após o preenchimento dos alvarás de soltura, todos os estudantes devem fazer exame de corpo de delito no IML.
Eles serão indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).
A pena prevista para o primeiro crime varia de 15 dias a 6 meses de detenção. Para o segundo, de 6 meses a 3 anos. Elas podem ser substituídas por serviços comunitários.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
A reintegração ocorrreu por volta das 5h desta terça-feira. Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.

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