A mesa da reunião foi composta por 24 membros, entre eles representantes dos sindicatos e parlamentares. A presidente do Sindifort explicou a todos quais eram as reivindicações dos servidores e falou dos problemas que eles enfrentam no dia a dia. "Procuradores, professores e médicos são as únicas categorias do município que não estão em estado de greve", diz Nascélia.
A sindicalista disse que a Prefeitura apresenta a mesma proposta, e não indica avanço na tentativa de negociar. "Nós apresentamos aqui nova proposta de reajuste salarial, 10% parcelados, enquanto, eles estão com o mesmo índice de 3,1%", afirma.
"Nós vamos continuar com nossas paralisações e não admitiremos retaliação e assédio moral aos servidores. Ela (a prefeita Luizianne Lins) falou que vai demitir trabalhadores, e isso não nos intimida", disse Nascélia.
O secretário Vaumik Ribeiro fez a exposição da proposta da Prefeitura mostrando o que ele considerou de ganho real. "Estamos oferecendo um reajuste que varia de 3,41% a 22,77%, e isso está traduzido nos ganhos com as gratificações que estamos concedendo aos servidores. Nada fora dessa proposta ofertada será viável", explica.
O secretário confirmou a intenção da prefeita Luizianne, que autorizou o Município a trabalhar em um edital para seleção pública a fim de contratar temporariamente agentes comunitários de saúde, agentes sanitaristas, socorristas plantonistas do Samu e auxiliares de enfermagem. "São áreas consideradas essenciais para a população, e a Prefeitura não pode prescindir de funcionários", analisa.
O vereador Salmito Filho exigiu que os presentes manifestassem sua posição de contrários à provável retaliação aos servidores. A Prefeitura estaria demitindo os agentes de trânsito da AMC que se encontram cumprindo estágio probatório e punindo os agentes de saúde com a retirada de seu Plano de Cargos e Carreiras da Câmara Municipal, além de proceder a inquéritos administrativos para demissão de agentes sanitaristas.
Além de recusarem a oferta do Município, os grevistas acrescentaram mais um ponto entre as reivindicações: a categoria diz que a greve só terá fim se os manifestantes forem anistiados.
Em resposta aos grevistas, a Prefeitura de Fortaleza garante que não há como o Município anistiar todos os envolvidos nas últimas manifestações. "Não vamos aceitar dano ao patrimônio público", enfatiza o secretário Vaumik Ribeiro.
Rua fechada
Antes do inicio da reunião com os vereadores e com o secretário, os agentes comunitários de saúde e endemias fecharam a Rua Dr Thompson Bulcão, que dá acesso a Câmara Municipal, para chamar atenção de toda a população.
De acordo o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários e Sanitaristas do Ceará (Sinasce), Luís Claudio de Souza, a falta de um acordo fez com que eles tomassem essa atitude. "Vamos mostrar o que precisamos para continuar trabalhando".
Ele acrescentou que não concorda com a atitude da Prefeitura, que entrou na Justiça para decretar as greves irregulares. "Já fomos notificados. Mas, entramos na Justiça para recorrer dessa decisão, pois não concordamos com ela", reclamou.
O líder do Governo na Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Ronivaldo Maia, destacou que a Câmara prestigiou os servidores porque tem como objetivo intermediar nas negociações com o poder público. "Queremos entender qual o impasse para que o acordo aconteça".
Fonte: Fotos do SINASCE, com texto retirado do Diário do Nordeste.
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