sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Negociação fracassada


Terminou sem acordo a oitava rodada de negociação entre os representantes de cada categoria dos servidores e empregados públicos municipais, vereadores e o secretário de Administração do Município, Vaumik Ribeiro. Em encontro iniciado de manhã e que só foi concluído às 19h, na Câmara Municipal, aconteceram embates entre os participantes, principalmente com relação às medidas que a Prefeitura pretende adotar como punição aos grevistas, consideradas como retaliação por parte do Sindifort.

A mesa da reunião foi composta por 24 membros, entre eles representantes dos sindicatos e parlamentares. A presidente do Sindifort explicou a todos quais eram as reivindicações dos servidores e falou dos problemas que eles enfrentam no dia a dia. "Procuradores, professores e médicos são as únicas categorias do município que não estão em estado de greve", diz Nascélia.

A sindicalista disse que a Prefeitura apresenta a mesma proposta, e não indica avanço na tentativa de negociar. "Nós apresentamos aqui nova proposta de reajuste salarial, 10% parcelados, enquanto, eles estão com o mesmo índice de 3,1%", afirma.

"Nós vamos continuar com nossas paralisações e não admitiremos retaliação e assédio moral aos servidores. Ela (a prefeita Luizianne Lins) falou que vai demitir trabalhadores, e isso não nos intimida", disse Nascélia.

O secretário Vaumik Ribeiro fez a exposição da proposta da Prefeitura mostrando o que ele considerou de ganho real. "Estamos oferecendo um reajuste que varia de 3,41% a 22,77%, e isso está traduzido nos ganhos com as gratificações que estamos concedendo aos servidores. Nada fora dessa proposta ofertada será viável", explica.

O secretário confirmou a intenção da prefeita Luizianne, que autorizou o Município a trabalhar em um edital para seleção pública a fim de contratar temporariamente agentes comunitários de saúde, agentes sanitaristas, socorristas plantonistas do Samu e auxiliares de enfermagem. "São áreas consideradas essenciais para a população, e a Prefeitura não pode prescindir de funcionários", analisa.

O vereador Salmito Filho exigiu que os presentes manifestassem sua posição de contrários à provável retaliação aos servidores. A Prefeitura estaria demitindo os agentes de trânsito da AMC que se encontram cumprindo estágio probatório e punindo os agentes de saúde com a retirada de seu Plano de Cargos e Carreiras da Câmara Municipal, além de proceder a inquéritos administrativos para demissão de agentes sanitaristas.

Além de recusarem a oferta do Município, os grevistas acrescentaram mais um ponto entre as reivindicações: a categoria diz que a greve só terá fim se os manifestantes forem anistiados.

Em resposta aos grevistas, a Prefeitura de Fortaleza garante que não há como o Município anistiar todos os envolvidos nas últimas manifestações. "Não vamos aceitar dano ao patrimônio público", enfatiza o secretário Vaumik Ribeiro.

Rua fechada




Antes do inicio da reunião com os vereadores e com o secretário, os agentes comunitários de saúde e endemias fecharam a Rua Dr Thompson Bulcão, que dá acesso a Câmara Municipal, para chamar atenção de toda a população.

De acordo o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários e Sanitaristas do Ceará (Sinasce), Luís Claudio de Souza, a falta de um acordo fez com que eles tomassem essa atitude. "Vamos mostrar o que precisamos para continuar trabalhando".

Ele acrescentou que não concorda com a atitude da Prefeitura, que entrou na Justiça para decretar as greves irregulares. "Já fomos notificados. Mas, entramos na Justiça para recorrer dessa decisão, pois não concordamos com ela", reclamou.


O líder do Governo na Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Ronivaldo Maia, destacou que a Câmara prestigiou os servidores porque tem como objetivo intermediar nas negociações com o poder público. "Queremos entender qual o impasse para que o acordo aconteça".


Fonte: Fotos do SINASCE, com texto retirado do Diário do Nordeste.

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