domingo, 11 de dezembro de 2011

MORAL DA GLOBO

Uma fina estampa - Antonio Mourão Cavalcante...

A televisão não é apenas um instrumento de diversão. Ela invade nossos lares e, pela força do convencimento visual, introduz padrões morais e sociais. Passa valores. Estabelece regras de comportamento. Dita normas do como viver. Faz a cabeça dos brasileiros. Não somos uma sociedade ágrafa? As coisas não entram pelo que se lê, mas pelo que se vê.

Pois bem, apesar de o País viver um clima de incentivo à educação pública, estabelecendo até uma lei federal com proposta de melhor salário para os professores – o piso salarial – e a busca de melhores condições de trabalho, a Rede Globo aparece na contramão da sociedade. Entra no debate com uma proposta muito curiosa. Refiro-me à novela Fina Estampa, que consegue avacalhar a escola com cenas bem explícitas de deboche.

Uma personagem (Solange – Carol Macedo), ainda adolescente, se rebola numa festa e canta em estilo funk: “Aprender é desafio/ mas no funk eu arrepio/ Eu odeio redação/ mas requebro até o chão/ Não sou boa no estudo/ levo zero em quase tudo/ Reprovada no provão/ tirei dez no popozão/ Meu diploma é de funkeira/ vem comigo meu irmão/ Põe a mão no popozão/ e requebra até o chão/ Chão, chão, chão!“

E, não satisfeito, o autor resolve colocar a mãe da jovem, Celeste (Dira Paes), aplaudindo a filha e muito orgulhosa com a possibilidade de a filha tornar-se uma celebridade.

A ingenuidade deixa de ser inocente para tornar-se uma perversão. Não se nega valores, mostra-se o mórbido como condução natural.

Nesse instante, dada a imensa audiência, esse comportamento adquire legitimação. A inocência da adolescente vira um jogo perigoso de corpo em exposição. Há a esdrúxula explicitação de que o corpo feminino é carne a uso. A garota é convidada a seguir a pista nebulosa da erotização precoce, quase antessala da prostituição. Do corpo à venda

Não por acaso, O POVO, no Dia da Criança, revelou em primeira página o sonho de duas meninas: “quero ser atriz”... “quero ser modelo”.

Pobres meninas do Brasil...

Artigo publicado originalmente no jornal O Povo, em 15 de outubro de 2011, e reproduzido neste site com autorização do autor.

Antonio Mourão Cavalcante é médico, antropólogo e professor universitário. -

Gostei muito desse artigo que recebi por e-mail do meu amigo Torcápio, da ESP-CE e resolvi postar para meus amigos do bairro quintino cunha e demais bairros da grande Fortaleza, afim de ficarmos mais atentos ao que estamos vendo e ouvindo...

RIVELINO SOARES-Educador em Saúde SER III, aluno do curso de especialiazação em vig. e cont. de endemias pela ESP-CE e Saúde Pública com enfase: em Saúde da Família, vice-presidente da ONG Sou Mais Fazer o Bem.

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